quarta-feira, 25 de março de 2009


O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, evento consolidado e reconhecido no País e na Europa, muda de data em 2009, começa a 30 de Maio para se prolongar até 14 de Junho. Depois do sucesso da exposição do inglês Dave Macken, em 2008, este ano o festival aposta não num, mas sim em quatro nomes internacionais: no italiano Lorenzo Matotti, no belga Denis Deprez, no americano Graig Thompson, e no brasileiro Fernando Gonsales.

Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja com nova data em 2009. A mostra começa a 30 de Maio para se prolongar até 14 de Junho. Este já é um festival reconhecido no País e também na Europa e recebeu, em 2008, mais de 6200 visitantes. Este ano, o evento apresenta mais exposições, cerca de 20, uma vasta programação paralela: workshops, lançamentos, conferências, noites temáticas, cinema de animação, e diminui os núcleos das mostras. No ano transacto, as pranchas estiveram expostas em sete núcleos da cidade e em 2009 visitam apenas quatro: Casa da Cultura, Biblioteca Municipal, Museu Regional e Casa das Artes. O Pax Julia – Teatro Municipal e a Galeria do Desassossego recebem algumas das actividades paralelas previstas.
 
Paulo Monteiro, responsável pela Bedeteca de Beja e pela organização do festival, adiantou que "em 2009 não existe um nome forte da Banda Desenhada internacional, mas quatro". "O italiano Lorenzo Matotti, talvez o nome mais importante, o belga Denis Deprez, o americano Graig Thompson, e o brasileiro Fernando Gonsales são os nomes grandes do festival deste ano". "Mas o evento não mostra apenas os autores estrangeiros", frisou igualmente o organizador, "porque vai continuar a divulgar os nomes menos conhecidos, alternativos, a nível nacional e nesta quinta edição vamos ter trabalhos, por exemplo, do autor de BD algarvio Carlos Rocha, três autoras, pouco conhecidas, mas de qualidade, com uma exposição de mangá. Pedro Burgos e o criador dos "Patinhos" o português Rui Cardoso, entre outros, também vão trazer as suas histórias aos quadrados para Beja".
 
Paulo Monteiro explicou ainda as razões inerentes à mudança da data de realização do festival, apontado duas: "a primeira prende-se com o facto de termos verificado, nas edições anteriores, que seria necessário distanciar a data do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, do calendário da Ovibeja e depois porque muitas das propostas do nosso cartaz anual são realizadas à noite e temos verificado que no início de Maio as noites são frias, não convidam a sair, daí termos também por isso, avançado para um mês onde as temperaturas são mais amenas".

sexta-feira, 20 de março de 2009

the spirit


Frank Miller, o visionário criador de Sin City e 300, transporta o filme, inspirado no livro de banda desenhada, para novos e deslumbrantes horizontes na sua estreia a solo como realizador em The Spirit.
Adaptado da inspiradora obra de Will Eisner, The Spirit é a fusão entre a mestria da descrição e o brilhante grafismo da CGI que nos remete para um estilizado mundo de aventura, perigo e romance. 
The Spirit conta a história de Denny Colt (Gabriel Macht), um polícia assassinado que misteriosamente ressuscita como vigilante mascarado de nome Spirit. Determinado a manter a sua querida cidade de Central City a salvo, Spirit persegue os vilões, e por entre as sombras procura insistentemente o pior de todos eles: um megalomaníaco psicótico conhecido como Octopus (Samuel L. Jackson).

NOS CINEMAS A 19 MARÇO



terça-feira, 17 de março de 2009

Valter Egos, de 4 de Março a 1 de Abril

Cartaz: Gabriela Almeida
Exposição dos Trabalhos Finais da Unidade Curricular de Desenvolvimento de Personagens do Curso de Licenciatura em BD/Ilustração na ESAP-Guimarães.

“Tenho pena daqueles que nunca se aperceberam da semelhança que existe entre o telefone e um senhor intratável que cruza os braços, que nunca viram o retrato de uma velha senhora no punho de uma bengala, que nunca sonharam perante as minúsculas bailarinas cinzentas da chuva, perante a careta do gnomo feita por uma combinação de mulher atirada para uma cadeira. Perderam um aspecto importante da vida; que a imagética antropomórfica do mundo responde a uma necessidade de partilhar a experiência humana com tudo o que nos rodeia.”

Frédéric Abel, citado por Jean-Bruno Renard em “A Banda-Desenhada”.Editorial Presença, 1981.
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quinta-feira, 12 de março de 2009

Super Leilão


Pedro Cleto

Um exemplar da revista "Action Comics" #1, na qual se estreou Superman, o primeiro super-herói da banda desenhada, criado por Jerry Siegel e Joe Schuster, está em leilão no site especializado Comics Connect (www.comicconnect.com) no qual é possível seguir em directo a evolução das ofertas.

No momento de escrita destas linhas, após 44 lances, a revista já valia 277 300 dólares (cerca de 220 mil euros), mas alguns especialistas estimam que possa chegar aos 400 mil dólares até à próxima sexta-feira, dia 13, data em que o leilão encerra. E refira-se que se trata de um exemplar classificado apenas como 6.0 pelo Certified Guaranty Company (CGC), uma tabela que varia de 0 a 10 segundo a raridade e o estado de conservação da peça, utilizado também para moedas e notas. Em 2003, um empresário norte-americano ofereceu um milhão de dólares por um exemplar classificado como 9.4.

A revista "Action Comics #1", com 64 páginas a cores e um preço de capa de 10 cêntimos, data de Junho de 1938, estando referenciados actualmente menos de 100 exemplares.

Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto

quinta-feira, 5 de março de 2009

Watchmen, da bd para o cinema


João Miguel Lameiras

Vinte e três anos após a publicação da Banda Desenhada original, “Watchmen”, a BD de culto de Alan Moore e Dave Gibbons que muitos, incluíndo o próprio Moore, consideravam impossível de filmar, chega finalmente aos cinemas pela mão de Zack Znyder que, depois de “300” de Frank Miller, volta a adaptar uma BD ao cinema.

Publicada originalmente em 1986 como uma mini-série de 12 números, “Watchmen”, a par com “The Dark Knight Returns” de Frank Miller e “Maus”, de Art Spiegelman, também de 1986, veio mudar a forma como a Banda Desenhada era encarada pelo público americano, provando que é possível contar histórias adultas e complexas através da BD. No caso, Moore reflecte sobre as consequências da existência de super-heróis no mundo real, numa história em que o assassinato de um antigo super-herói leva um dos seus antigos colegas a investigar as causas dessa morte, para concluir que não passavam de peões de uma conspiração muito mais vasta.

Passada em 1985, mas numa realidade paralela, em que os EUA tinham vencido a guerra do Vietname, graças aos super-heróis e em que Nixon continua no poder e o confronto nuclear com a URSS está eminente, “Watchmen” é uma história extremamente complexa e cheia de informação, construída com a precisão de um mecanismo de relojoaria, o que dificultava, e muito, uma adaptação cinematográfica.
Apesar disso, sucederam-se as tentativas falhadas ao longo dos últimos vinte anos de levar o livro ao cinema. Finalmente, seria Zack Znyder, escudado no grande sucesso de “300” a concretizar o sonho de muitos fãs (e o pesadelo de Alan Moore que, de relações cortadas com a DC, a editora do livro, e com Hollywood, não quer nem ouvir falar do filme) de levar “Watchmen” ao grande ecrã.
E o resultado é um filme denso e visualmente espectacular, que consegue transmitir muita informação de forma eficaz (veja-se o notável genérico, ao som de “The Times are a Changing” de Bob Dylan) bastante fiel à BD original e que faz justiça ao livro de Moore e Gibbons, de que recria inúmeras imagens e uma grande quantidade de diálogos, com a principal alteração em relação à BD, em termos do final - com a criatura espacial lovecraftiana que no livro destroi Nova Iorque a ser substituida, com vantagem, por uma explosão nuclear atribuída ao Dr. Manhattan - a funcionar bastante bem.

Com um excelente leque de actores pouco conhecidos, com destaque para Jackie Earle Haley que faz um notável Rorschach e para o espectacular Dr. Manhattan digital, os únicos problemas em termos de casting são Matthew Goode como Ozymandias (o papel exigia um actor com outra presença) e a caracterização do actor que faz de Nixon, que parece quase um boneco da “Contra Informação”.

Zack Zinyder disse que já ficaria contente se o seu filme funcionasse como um trailler de 2h30m que levasse as pessoas a comprar o livro de Moore e Gibbons e, se esse objectivo já foi amplamente cumprido, não foi o único.
Mesmo que o director’cut a sair em DVD no Verão, com mais meia hora de filme, a animação de “Tales of the Black Freighter”, (a história de piratas que um dos personagens lê no livro e que funciona como contraponto e comentário à acção principal) e o documentário “Under the Hood”, que conta a origem dos Minutemen, vá permitir uma experiência ainda mais próxima da BD original, tal como chegou às salas de cinema, o “Watchmen” de Zack Znyder não desilude os fãs e confirma ao grande público algo que o “Dark Knight” de Nolan já tinha deixado perceber: que os filmes de super-heróis não precisam de ser um mero divertimento inconsequente.

(“Watchmen - Os Guardiões”, de Zack Snyder, com Carla Gugino, Jeffrey Dean Morgan, Jackie Earle Haley e Patrick Wilson, Warner Bros/ Legendary Pictures)

Copyright: © 2009 Diário As Beiras; João Miguel Lameiras