terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Exposição 80 anos de Timtim na Lousã

A notícia diz tudo. É só clicar em cima, para ampliar e facilitar a leitura (como sabem todos os habituais, os chamados navegadores da Net).
Aproveito para aconselhar aos tintinófilos (e bedéfilos em geral) uma ida ao Museu Dr. Louzã Henriques, na Lousã, apreciar a excelentíssima exposição 8o Anos de Tintim, organizada por Carlos Sêco. 
Ou CarloSêco, assinatura artística deste cartunista, professor, director do semanário Trevim e, o que mais nos interessa neste caso, dono de invejável colecção de álbuns, revistas, livros e peças diversas, tudo isso relacionado com Tintin e Hergé.
A exposição está visitável até ao próximo mês de Fevereiro, dia 15.
E é, perdoe-se-me o chavão, uma exposição "a não perder". Ou ainda, outro chavão muito em voga, "incontornável"!   

domingo, 25 de janeiro de 2009

100 maneiras diferentes de desenhar olhos de Mangá

O título só por si diz tudo!
Este vídeo foi feito por Mark Crilley (http://www.markcrilley.com/), criador da mangá Miki Falls, onde desenha 100 diferentes tipos de de várias séries conhecidas, incluindo a sua, todos em estilo mangá.

Se quiserem ver todos os olhos, em maior detalhe, sem terem de estar sempre a carregar no botão de pausa cliquem neste link:
http://markcrilley.deviantart.com/art/Manga-Eyes-100-Ways-87683343

Se quiserem também comprar uma das mangás deste autor têm aqui o link:
http://www.markcrilley.com/childrensbookscomics.html

domingo, 18 de janeiro de 2009

Barack Obama encontra o Homem-Aranha



Pedro Cleto

Antes da tomada de posse, Barack Obama vai encontrar-se com o Homem-Aranha na revista "The Amazing Spider-Man #583", à venda nos EUA dia 14 e disponível nas lojas especializadas nacionais a partir de dia 31.

O encontro terá lugar numa história especial de cinco páginas, escrita por Zeb Wells e desenhada por Todd Nauck e Frank D'Armata, que decorre em Washington, durante a cerimónia de tomada de posse, que o Camaleão vai tentar boicotar, provocando a intervenção do Homem-Aranha, de quem é um dos mais antigos inimigos.

Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, explicou que "quando soubemos que o Presidente eleito Obama é fã do Homem-Aranha e coleccionados das suas revistas, decidimos que eles tinham de se encontrar", acrescentando que "momentos históricos como este têm que se reflectir nos comics, pois o universo Marvel está definido no mundo real".

A participação de Obama na revista deve levar a um aumento da sua procura pelos coleccionadores, sendo de esperar uma reimpressão dentro de poucos dias. Menos certo, embora previsível, é que algum dos exemplares disponíveis nas lojas portugueses tenha a capa variante desenhada por Phil Jiménez, que reúne o Homem-Aranha e Obama, uma vez que "geralmente a Marvel oferece uns tantos exemplares com capas especiais em função das quantidades encomendadas", explicou ao JN Vasco Carmo, da livraria Mundo Fantasma no Porto, que, tal como a BDMania (Lisboa), conta disponibilizar a revista aos seus clientes a partir de dia 31.

A primeira aparição de Obama numa história de super-heróis aconteceu na revista "Savage Dragon #145", onde este herói dava os parabéns ao recém-eleito presidente, colocando-se ao seu dispor. Nada de surpreendente, se tivermos em conta que o seu autor, Erik Larsen, antes das eleições expressou o seu apoio à candidatura de Obama exactamente na capa do número 137 da sua revista, que por isso teve direito a três edições, ultrapassando todas as expectativas de vendas.

Desta forma, Obama passa a fazer parte de uma restrita galeria de Presidentes dos EUA que contracenaram com super-heróis, onde já estavam, entre outros, John Kennedy, Ronald Reagan e Bill Clinton.

Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto

sábado, 17 de janeiro de 2009

Popeye chega aos 80 anos no domínio público europeu

João Moço, Diário de Noticias
Aniversário. Herói nascido nos dias da Grande Depressão, Popeye faz hoje 80 anos. Discutiu popularidade com o rato Mickey nos anos 30 e fez carreira em vários meios, da BD impressa ao cinema, passando pela televisão e jogos de vídeo. Nos EUA os direitos de autor serão cobrados até 2024
Foi publicado pela primeira vez há precisamente 80 anos. Nasceu como um desenho, mas acabou por conhecer muitas vidas nos mais variados meios. Das curtas-metragens de animação (no grande ecrã, mais tarde na televisão) a aventuras no cinema de imagem real, e, mais recentemente, no universo dos videojogos, a projecção que o musculado marinheiro que come espinafres é um feito que nem todos os heróis em desenho conseguiram atingir.

Criado pelo 
cartoonista norte-americano Elzie Crisler Segar, apareceu pela primeira vez aos olhos do público noThimble Theatre. Apesar da grande popularidade do marinheiro, nem tudo foram rosas. Raras não foram as vezes em que Elzie Segar foi aconselhado a reduzir alguma da agressividade nas histórias de Popeye. Todavia, estas críticas não impediram que as aventuras do marinheiro transpostas para o grande ecrã, a partir de 1933, tivessem chegado a disputar popularidade com o rato Mickey, no final dos anos 30. Nascido nos dias da Grande Depressão, Popeye foi um dos ícones mais tatuados nos braços de muitos militares nos dias da II Guerra Mundial.

Com a chegada do presente ano, algo mudou no mundo de Popeye. Desde o dia 1 de Janeiro a imagem do marinheiro entrou no domínio público. Mas a medida só tem efeitos práticos na União Europeia, uma vez que decorre da aplicação de uma lei que visa o fim da vigência dos diretos de autor de uma obra, 70 anos passados sobre a morte do seu criador. E Elzie Crisler Segar morreu a 13 de Outubro de 1938, ou seja, há mais de 70 anos. 

Contactado pelo DN, Lucas Serra, acessor de administração da Sociedade Portuguesa de Autores, confirmou que a partir de agora poderá utilizar-se livremente a imagem de Popeye, uma vez que entrou no domínio público.

Todavia, nos EUA, até 2024, o devorador de espinafres vai continuar a ser propriedade da King Features, uma empresa do grupo de entretenimento Hearst. A lei norte-americana assegura a atribuição dos direitos de autor por 95 anos desde a primeira publicação da obra.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

UM FANZINE É...

Um fanzine é, acima de tudo, um espaço de liberdade. Um espaço no qual os intervenientes têm toda a liberdade de expressão possível. Isso porque o fanzine, assim como outros meios de expressão existentes (nada vive sozinho), vive à margem dos vários campos de poder, sejam estes económicos, políticos, e outros, inclusive os das hegemonias culturais, insistentes em hierarquias de gostos e ou processos de criação. Isto não quer dizer que este ou aquele autor, ao criar um fanzine, não esteja a responder aos campos da criação cultural - ao fazer um trabalho de género, que procure se referenciar em trabalhos de outras pessoas, que procure chegar a um público mais alargado ou mais elitista - ou ao económico - como "trampolim" de chegar a publicações mais comerciais, ou tentando competir com elas - ou ao político - sobretudo no que diz respeito às publicações "de intervenção" ou com grande expressividade social. 
São essas grandes margens que abrem todas e quaisquer possibilidades aos autores de um fanzine. Vivendo fora da legalidade, da absoluta necessidade em apoiar a sua sobrevivência na esfera do comercial, e até de respeitar as chamadas "regras do gosto" ou "da arte", não há nada que não possam demonstrar, mostrar, exibir, reconstruir, etc. 
Um outro plano do fanzine extremamente importante é o facto, muitas vezes descurado, de que é um meio, logo, os aspectos relativos da qualidade não lhe são intrínsecos. Isto é, um fanzine não é necessariamente nem mau nem bom, nem inócuo nem interessante (a menos que o interesse seja precisamente o por esse meio). 
Não me interessará falar aqui das origens do fanzine, nem quantos (inúmeros, diversos!) autores começaram num, nem quais são os melhores do mundo. Se o fanzine é um espaço de liberdade, então existirá também a sua liberdade de fruição. Isto é, elas atingirão os seus objectivos imediatos no momento em que encontrem os seus leitores em particular, que pode não ser algo feito à partida, já que os leitores criam também os significados de um fanzine (e de tudo o mais) no próprio acto de leitura. Ou seja, ao passo que - e isto são planos discutíveis - outras formas de expressão, como as indústrias culturais livreiras, cinematográficas, discográficas, etc., têm de se pautar usualmente por todo um historial e regulamentos, obrigados assim a actuar dentro de limites de expressão - para que não se repitam discursos, não se plagie, não se crie algo pouco comercializável ou porque "já visto" ou porque "radical" - ao fanzine é-lhe permitido espraiar-se naquilo que bem entender. Porque o fanzine, assuma ele a forma que bem desejar (em papel ou dvd, sola de sapato ou mexilhão, pequeno ou grande, com ou sem agrafos, distribuído às centenas ou num par, vendidos ou trocados), e expresse que conteúdos desejar, acaba sempre por convergir num meio que é tão orgânico como a voz do seu autor. 
Como o corpo, também o fanzine é expressividade total, ora contraída pelo desejo ora livre pela expressão. 
(texto escrito para José Lopes, a integrar o seu projecto contínuo 
DVDzine; desenho de Isabel Carvalho para um dos encontros da Família Alternativa - Edições Independentes, que contam também com fanzines)