sexta-feira, 29 de maio de 2009
Festival de Beja (actualização)
Inaugura este fim-de-semana e prolonga-se até dia 14 de Junho, a quinta edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja que se desdobra em vários espaços: Bedeteca de Beja / Casa da Cultura, Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago, Museu Regional de Beja e no Museu Jorge Vieira – Casa das Artes.
Como temos vindo a anunciar nos meses de Março, Abril e Maio, estarão presentes uma série de autores estrangeiros e nacionais como Craig Thompson, Denis Deprez, João Maio Pinto, Marco Mendes, Fernando Gonsales, Alberto Vázquez, entre muitos outros nos dias 30 e 31 de Maio. Existe também uma programação a acompanhar: inaugurações, conversas, apresentações, concertos, festas e exibições de filmes.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Tartarugas Ninja: Adolescentes com 25 anos
Pedro Cleto
Há 25 anos, corria Maio de 1984, eram publicadas pela primeira vez aquelas que seriam um dos maiores sucessos da história da BD e da animação: as Tartarugas Adolescentes Mutantes Ninja (Teenage Mutant Ninja Turtles) que tornaram os seus autores milionários.
Elas tinham sido criadas um ano antes, por dois jovens norte-americanos, Kevin Eastman e Peter Laird, que então (sobre)viviam de ilustrações publicitárias e part-times, que desenharam quatro tartarugas antropomórficas e decidiram fazer delas homenagem e paródia aos comics que mais apreciavam: "Demolidor" e "Ronin", ambos de Frank Miller. Por isso, na sua origem, as tartarugas são um dano colateral do acidente que cegou Matt Murdock, ampliando os seus sentidos e transformando-o no Demolidor. Deram-lhes carácter adolescente, nomes de grandes artistas renascentistas: Miguel Ângelo, Donatelo, Leonardo e Rafael, uma ratazana especialista em artes marciais como mestre e mutantes e extraterrestres como inimigos.
Como o traço de Eastman e Laird era semelhante, ambos escreveram e desenharam as primeiras histórias, que enviaram para diversas editoras, sem qualquer resultado. Por isso, entre uma restituição fiscal e um empréstimo de um tio, juntaram 1200 dólares e imprimiram 3000 exemplares, a preto e branco, sob o selo Mirage Studios. A ideia era vender as revistas pelo correio, mas uma página paga numa revista especializada e um dossier enviado para estações de televisão e agências noticiosas, originaram artigos sobre as TMNT em todo o país e inúmeras encomendas de lojas especializadas. As sucessivas reedições rapidamente ultrapassaram os 100 mil exemplares e tornaram-nas o maior sucesso das edições independentes nos EUA.
Mark Fredman, entretanto entrado para a Mirage, conseguiu contratos para uma mini-série televisiva de 5 episódios e o fabrico de figuras de acção pela Playmates Toys, e o êxito junto dos jovens repetiu-se, tendo sido realizados 194 episódios, entre 1987 e 1996. Neles, a violência da BD foi atenuada e as tartarugas, agora devoradoras compulsivas de pizza, distinguiam-se pela cor das máscaras. Seguiu-se "Ninja Turtles: The Next Mutation (1997), uma série live-action de má memória com uma quinta tartaruga fêmea, Vénus de Milo, voltando às boas graças dos fãs em 2003, com mais cinco temporadas em desenho animado.
No cinema, protagonizaram três películas em live-action em 1990, 1991 e 1993, e uma quarta, em animação computorizada, em 2007.
Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto
sábado, 23 de maio de 2009
Zits também em animação
Pedro Cleto
"Zits", uma das mais populares tiras diárias de imprensa da actualidade, criada em 1997 por Jerry Scott (argumento) e Jim Borgman (desenho), e publicada diariamente pelo Jornal de Notícias bem como por mais cerca de 1600 jornais de todo o mundo, acaba de ganhar uma versão animada.
Uma mão cheia de episódios dos "Zits Motion Comics" está já disponível gratuitamente na página da internet do King Features, na secção Comics Kingdom, uma plataforma online de distribuição de tiras diárias de imprensa para jornais locais norte-americanos, que inclui mais de meia centena de títulos, entre os quais "Spider-Man", "Baby Blues", "Hagar", "Mandrake", "Mutts" ou "Prince Valiant".
Os "Zits Motion Comics", disponibilizados semanalmente, são episódios com cerca de 30 segundos que adaptam algumas das pranchas dominicais originalmente publicadas nos jornais, dotando-as de movimento básico e som. Este último aspecto é o grande trunfo desta experiência, pois as vozes escolhidas para Jeremy Duncan, o adolescente de 15 anos que protagoniza "Zits" ("borbulhas"), para os seus pais, Walt e Connie, com quem protagoniza um constante choque de gerações, e para os seus amigos, Hector, Sara e Pierce, encaixam perfeitamente naquelas que "se ouvem" no papel.
Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto
terça-feira, 19 de maio de 2009
XI PORTO CARTOON WORLD FESTIVAL
Estão escolhidos os vencedores do Porto Cartoon World Festival de 2009, subordinado ao tema “As Crises”.
Mihai Ignat da Roménia foi o vencedor do Grande Prémio do XI PortoCartoon-World Festival, organizado pelo Museu Nacional da Imprensa. O segundo prémio foi atribuído a Augusto Cid (Portugal) e o terceiro a Zygmunt Zaradkiewicz, da Polónia.
A elevada qualidade dos trabalhos, levou o júri internacional a atribuir ainda 11 Menções Honrosas a artistas de 10 países: Austrália, Bulgária, Coreia do Sul, França, Irão, Itália (2), Polónia, Rússia, Turquia e Ucrânia.
O PortoCartoon-World Festival é considerado pela FECO (Federation of Cartoonists’ Organisations) um dos três principais festivais de desenho humorístico do mundo, o que coloca Portugal no pódio dos concursos internacionais de caricatura.
A edição de 2009, subordinada ao tema "As Crises", registou a participação de meio milhar de humoristas, de 70 países, com cerca de 2000 desenhos. O Brasil é o país com mais participantes – mais de 50 cartunistas, com cerca 200 desenhos – logo seguidos do Irão, Turquia, Roménia, Portugal e da China.
O júri internacional do XI PortoCartoon foi presidido por Georges Wolinski, (França) e integrou ainda: Peter Nieuwendijk, Secretário-geral da FECO (Holanda); Xaquin Marin, Director-honorário do Museo de Humor de Fene (Espanha); Roberto Merino, encenador (Chile); Nuno Carvalho, representante do Ministério da Cultura; Luís Mendonça, Representante da Faculdade de Belas Artes do Porto e Luís Humberto Marcos, director do Museu Nacional da Imprensa.
A Caixa Geral de Depósitos é o mecenas oficial deste certame, um dos três mais importantes concursos mundiais de cartoon, inaugurado em 1998, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.
A exposição dos trabalhos, em data a indicar, terá lugar no Museu Nacional da Imprensa.
Veja aqui os trabalhos vencedores.
domingo, 10 de maio de 2009
Homem-Morcego septuagenário
Pedro Cleto
70 anos depois a sombra de Batman continua a pairar
Há 70 anos, a revista "Detective Comics #27" publicava a primeira banda desenhada de Batman, um dos mais célebres, populares e rentáveis heróis da indústria dos quadradinhos norte-americanos.
Na capa, estava impressa a data de Maio de 1939, - embora alguns estudiosos afirmem que foi posta à venda a 18 de Abril e o preço de 10 cêntimos, que teriam sido um óptimo investimento para quem tivesse guardado um exemplar em bom estado, pois hoje facilmente atingiria os 300 mil dólares (cerca de 225 mil euros).
Essa primeira BD, "The Case Of The Chemical Syndicate", gráfica e narrativamente ingénua para os nossos dias, "Bat-Man", era apresentado como "uma personagem misteriosa e aventureira que luta pelo bem e derrota malfeitores" e investigava uma série de roubos e assassinatos. O seu lado negro já estava patente, como demonstra o comentário feito após lançar acidentalmente um bandido para um tanque de ácido: "Um fim perfeito para a sua laia"!
Por detrás do herói, combinação improvável de Zorro com Drácula e os policiais negros então em voga, estavam Bob Kane (1915-1998), desenhador e responsável por muita da mitologia da personagem, e Bill Finger (1914-1974), argumentista (raramente creditado) a quem se devem o tom policial e a sua identidade secreta, desvendada na penúltima vinheta: "Bruce Wayne, um entediado jovem milionário".
Em oposição aos sempre "bons" Superman/Clark Kent (criados um ano antes e a quem vinha fazer concorrência), em Bruce Wayne/Batman, a dualidade é gritante. O primeiro é um playboy milionário, atormentado pela morte dos pais e o desejo de se vingar contra o mal em geral; o segundo, é o instrumento dessa vingança. Por outro lado, ao contrário do "rival" Superman e de quase todos os outros super-heróis que se seguiram, Batman não tinha super-poderes, assentando a sua acção na inteligência, numa apurada forma física e numa vasta gama de acessórios científicos e tecnológicos, que evoluíram com a passagem dos tempos. Assim, a proximidade com o leitor de quadradinhos, ávido por escapes ao quotidiano de pais saído da recessão e a caminho de uma guerra mundial, fez com que a sua popularidade disparasse de imediato. Por isso, a par do aliado Robin, introduzido um ano depois, sucederam-se vilões marcantes: Joker, Pinguim, Duas Caras...
A sua estreia no cinema deu-se em 1943, interpretado por Lewis Wilson e Douglas Croft, e na TV em 1966, numa série de culto com Adam West e Burt Ward.
Na BD, para além de Kane, dois nomes ficaram especialmente ligados ao cruzado mascarado: Jerry Robinson, que amenizou o tom soturno das histórias com a criação de Robin, durante as décadas de 40 e 50, e Neal Adams, que recuperou o seu lado mais negro, nos anos 70.
Foi esse mesmo lado mais negro que o (então) genial Frank Miller explorou em 1985 em "O Regresso do Cavaleiro das Trevas", uma BD que fez disparar a popularidade de um herói então pouco mais que moribundo e mostrou - juntamente com "Watchmen" - que os comics também podiam ser lidos por adultos cultos e exigentes.
Depois dele, nada ficou como dantes, com muitos autores a explorarem um Batman cujas melhores armas são o medo e o terror, privilegiando os fins, sejam quais forem os meios para lá chegar, confundindo-se muitas vezes a sua metodologia com a daqueles que combate, muitas vezes no limite (apenas?) entre a legalidade e o crime, defender a lei e fazer justiça, a sanidade e a loucura.
Mas, 70 anos depois, por mais mortes e/ou sucessões que surjam, só uma certeza fica: a sombra do Homem-Morcego continuará a pairar sobre os becos mais recônditos de Gotham City, atemorizando todos aqueles que têm culpas na consciência.
Caixa
A actualidade
Na sequência de mais uma (quase?) morte, em "Batman: R.I.P.", escrita por Grant Morrison (que poderá ser lida em Portugal dentro de sensivelmente um ano, nas revistas brasileiras do herói - "Batman" e "Batman e Superman" - que a Panini distribui mensalmente entre nós), a actualidade do Homem-Morcego passará pela revista "Batman", sem Bruce Wayne, substituído pelo vencedor da corrida pela sua sucessão na mini-série "Battle for the Cowl", ainda em curso, e pelos novos títulos "Batman and Robin", de Grant Morrison e Frank Quitely, e "Batgirl - The Cure", a lançar nos EUA em Agosto.
No cinema, o sucesso a todos os níveis de "Batman - The Dark Knight" (2008), um dos filmes mais rentáveis de sempre com mais de 1000 milhões de dólares feitos nas bilheteiras protagonizado por Christian Bale e dirigido por Chris Nolan, parece incontornável um terceiro filme de Batman com ambos, embora ainda não haja nada concreto sobre o tema.
Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Morreu Vasco Granja, pioneiro da BD e figura querida das gerações de 70 e 80
Responsável pela introdução em Portugal do termo "banda desenhada", Vasco Granja faleceu esta madrugada em Cascais, aos 83 anos. |
Vasco Granja, um dos maiores divulgadores de banda desenhada e de cinema de animação em Portugal, morreu esta madrugada, em Cascais. Tinha 83 anos. Reformado desde 1990, o lisboeta deixa um percurso ligado à imprensa e às artes - segundo notícia do Público, Vasco Granja foi o primeiro a utilizar o termo "banda desenhada" em Portugal, num artigo publicado pelo Diário Popular, em Novembro de 1966. Preso por duas vezes durante o regime de Salazar, por ligações ao Partido Comunista, Vasco Granja daria início, no ano da Revolução dos Cravos, ao programa Cinema de Animação , na RTP. Segundo a página de Vasco Granja na Wikipédia portuguesa, Cinema de Animação , que marcou toda uma geração de crianças nascidas nas décadas de 70 e 80, durou 16 anos, um total de mil programasemitidos. Para a história ficou a transmissão de todo o tipo de desenhos animados, desde os vindos dos Estados Unidos aos desconhecidos autores do Leste da Europa. Anos mais tarde, Vasco Granja aceitaria parodiar o seu próprio programa, na série de humor Herman Enciclopédia. Siga este link para ver o sketch |
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Carlos Zíngaro, desenhador
Pedro Cleto
Está patente em Guimarães, na galeria do Museu Arqueológico Martins Sarmento, até dia 30 de Maio, a exposição "Da Ordem do Místico e do Perverso", uma retrospectiva da obra em Banda Desenhada e Ilustração de Carlos Zíngaro.
Mais conhecido como músico ligado ao jazz e à improvisação, em especial enquanto violinista, Zíngaro tem também uma vasta obra gráfica menos divulgada em que aborda "preferencialmente o lado nonsense, a exploração gráfica extrema, a experimentação plástica/visual/conceptual", conforme revelou ao site Divulgando BD.
A actual mostra, com cerca de 70 originais das últimas quatro décadas, a preto e branco ou a cores, alguns dos quais inéditos, inclui BD publicada na "Visão" (1975), ilustrações para o livro "A Caixa", de Sérgio Godinho e capas de discos da Banda do Casaco ou de Júlio Pereira.
Comissariada por Marco Mendes, a exposição será complementada com um catálogo, que incluirá uma extensa entrevista realizada por Pedro Moura, um texto do Rui Eduardo Paes sobre o seu percurso musical e a relação deste com a sua obra gráfica e a reprodução de algumas obras a cores, a lançar em breve juntamente com um novo número da revista "Margens e Confluências" dedicado à BD e à Ilustração.
Esta é a primeira de um ciclo de exposições dedicado à Banda Desenhada e Ilustração portuguesa contemporâneas, organizado pelo Curso de Licenciatura em Artes - Banda Desenhada e Ilustração, existente desde 2006 na ESAP de Guimarães, estando já em preparação a próxima, dedicada a Isabel Lobinho.
Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto
domingo, 26 de abril de 2009
Livrarias especializadas em Banda Desenhada
A existência de um significativo número de livrarias e/ou lojas que vendem publicações de BD (europeia, comics e mangás), de Norte a Sul do país, pode querer dizer que há numerosos apreciadores, de todas as idades, em número suficiente para justificar o animador panorama que iremos expor.
Relativamente ao ano de 2009, elaboramos uma lista (que serviu de base a este "post").
Temos, portanto:
Almada - Asa Negra - C.C. Faraó - Praça M.F.A. - loja 4.
Aveiro - Secção 9 - Rua da Banda da Amizade, nº 46
Coimbra - Dr. Kartoon - Rua da Manutenção Militar, nº 15
Coimbra - Dungeon Comics - Av. Sá da Bandeira, 115 - C.C. Golden, loja 5 - Piso 1
Coimbra - Naraneko - C.C.Girassolum - 2º andar, loja 229
Faro - Ghoul Gear - Rua Dr. João Lúcio, nº 2-B
Funchal - Sétima Dimensão - Rua Câmara Pestana, nº 18 - 2º andar - Sala 2
Leiria - Shop Suey Comics - Rua Barão de Viamonte, nº 50
Lisboa - BdMania - Rua das Flores, nº 7
Lisboa - Casa da BD - Mercado de Santa Clara - Abre apenas às 3ªs e sábados, tal como a Feira da Ladra, onde se localiza.
Lisboa - Jikai - C.C. Lumiar - Alameda das Linhas de Torres, nº 236 A - loja 71
Lisboa - Kingpin of Comics - C.C. São João de Deus - Loja 424-Av. António José Almeida,5-D
Lisboa - Livraria do Duque - Calçada (escadinhas) do Duque
Lisboa - Mongorhead Comics - Rua da Alegria, nº 32-34
Porto - Central Comics - Rua do Bonjardim, nº 594
Loja das Colecções (especializado) - Rua da Misericórdia (actualmente fechada, não se sabe quando reabrirá, por falecimento neste mês de Abril do dono da loja, Castanheira da Silveira, a quem eu tratava por Castanheira da Figueira)
sábado, 25 de abril de 2009
BD assinala 15 anos da morte Kurt Cobain
Pedro Cleto
Cumpriram-se este mês 15 anos sobre a morte de Kurt Cobain, o carismático líder da banda rock Nirvana, mas o tempo ainda não apagou a sua memória junto dos fãs. A revista The Village Voice decidiu assinalar a data de uma forma original, através de uma banda desenhada, que está disponível no seu site.
Intitulada "In Bloom: The Alternate History of Kurt Cobain" ("In Bloom" é uma alusão a uma música que Cobain compôs em 1991 para o álbum "Nevermind", dos Nirvana) é da autoria do cartoonista norte-americano Ward Sutton, num estilo que combina traço caricatural e fotografia, ao longo de 17 páginas de vinheta única. Num tom divertido e algo provocador, Sutton divaga sobre o que teria sido a vida de Cobain se ele não se tivesse suicidado com um tiro de espingarda em 1994. Para isso, Sutton mostra inicialmente Cobain como um ídolo desaparecido, com falta de inspiração e dificuldade em compor, recorrendo à provocação para obter algum mediatismo, mas acabando por se integrar no sistema que tanto atacou - entrega, por exemplo, um prémio MTV aos Backstret Boys! - até morrer tranquilamente de velhice, aos 84 anos. Pelo meio há contribuições involuntárias de Neil Young, Bob Dylan ou Courtney Love.
Cobain, para alguns um dos maiores nomes da cena rock dos anos 90, já tinha despertado a atenção da BD em 2003, quando a Omnibus Press lançou "GodSpeed - The Kurt Cobain Graphic", um romance gráfico com quase uma centena de páginas, escrito por Barnaby Legg e Jim McCarthy e desenhado por Flameboy. Numa narrativa envolvente, que entrecruza dados biográficos e a ficção inspirada no imaginário popular criado em torno da figura do artista, os autores contam a sua infância tranquila, a sua ascensão meteórica ao estrelato e o sombrio declínio que se lhe seguiu, até à morte, que alguns alegam ter sido provocada a mando da sua esposa Courtney Love.
Esta não é a primeira vez, longe disso, que a 9ª arte se interessa pelos ídolos musicais, ilustrando as suas criações ou contando a(s) sua(s) histórias. Entre os exemplos mais marcantes contam-se "The Rolling Stones: Voodoo Lounge" (Marvel Music, 1995), a adaptação aos quadradinhos do álbum homónimo pelo britânico Dave McKean, que deu uma nova dimensão no papel às músicas dos Stones com o seu estilo característico, misto de fotografia, desenho e colagem, ou a trilogia "Alice Cooper: The Last Temptation" (Marvel Music, 1994), com texto de Neil Gaiman ("Sandman", "Stardust", "Coraline", .), desenhos de Michael Zulli e capas de McKean.
Abordagem distinta tem o mais recente "Freddie & Me" (Bloomsburry, 2008), em que Mike Dawson, ao longo de pouco mais de duas centenas de páginas, narra em tom autobiográfico mas também documental, os episódios reais da sua relação de fã com Freddy Mercury, o vocalista da banda britânica Queen.
Diferentes são três casos em que os artistas musicais passaram para o "outro lado", escrevendo argumentos de bandas desenhadas. Courtney Love baseou-se na sua experiência na cena musical para criar, com DJ Milky e Ai Yazawa, "Princess Ai" (Tokyopop, 2004), um manga para leitoras adolescentes que conta a história de uma inteligente, talentosa e controversa jovem artista que é, na realidade, uma princesa exilada de um planeta distante e que encontra refúgio na música. Destinatárias e estilo idênticos escolheu Avril Lavigne, que surge como inspiradora (de Joshua Dysart e Camilla d'Errico) e protagonista de "Pede 5 desejos" (dois volumes com edição nacional da Gradiva), a história de Hana, uma adolescente introvertida e solitária, que compra num site um demónio que lhe concede cinco desejos cuja concretização se revela bem diferente do esperado. E, finalmente, um dos últimos grandes êxitos dos comics norte-americanos, "The Umbrella Academy", um grupo composto por sete crianças com poderes especiais, muito longe dos clichés habituais do género, distinguido com os prémios Eisner e Harvey para a melhor nova série de 2008, tem assinatura de Gerard Way, líder dos My Chemical Romance, ao lado do desenhador brasileiro Gabriel Bá.
Em Portugal, no final do ano passado a Tugaland lançou os primeiros volumes da colecção BD Pop Rock Português, coordenada por João Paulo Cotrim, que combina uma BD (com a história do músico/banda), desenhada por jovens autores portugueses, e um CD com alguns temas musicais. Depois dos Xutos & Pontapés (com desenhos de Alex Gozblau), Trovante (Maria João Worm), José Cid (Pedro Zamith) e Jorge Palma (Susa Monteiro), entre final de Abril e início de Maio serão distribuídos os tomos dedicados aos Pop Dell'Arte (Fernando Martins), UHF (Pedro Brito), Rui Veloso (Luís Henriques), Sérgio Godinho (Miguel Rocha), António Variações (Daniel Lima) e Sétima Legião (Rui Lacas). A Tugaland tem também previstas duas outras colecções dedicadas à História do Fado (desenhada por Nuno Saraiva) e à Musica Clássica.
Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto
terça-feira, 21 de abril de 2009
SuperExpoColectiva no IPJ
Durante a inauguração houve caricaturas ao vivo e pelas 19h30 os convidados poderam assistir a uma performance de Angel de DeVal que tem por nome "Stranger", a qual foi inspirada em aspectos do desconhecido e em tudo o que está para além da nossa imaginação. esta performance tem uma duração aproximada 15mins.
*11 anos...
**TERMINAL STUDIOS - Núcleo de Banda Desenhada e Animação do Algarve.
Colectivo de artistas autónomos que surgiu em 1998, formado inicialmente por alunos da Universidade do Algarve, mas muitos outros artistas
profissionais/amadores começaram a aderir e a participar regularmente nas diversas iniciativas de carácter artístico e didáctico.
O TERMINAL STUDIOS desde sempre promoveu a 9ªarte em todo o país, em escolas, instituições e empresas; através de exposições, ateliers,
palestras, participação em várias edições (jornais, revistas, blogs, fanzines...) e animação de espaços.
A partir de 2002 a matriz do projecto ganha asas, intensifica a sua internacionalização e passa a ser suportado pelas Edições Drmakete *(
drmakete.com).**
* *
* 35 anos...
Sobre o 25 de Abril de 1974, numa reflexão/questionação sobre a liberdade, passados 35 anos sobre a revolução, que liberdade..? É a questão que nos invocam os autores. *
*"11/35 SuperExpoColectiva"* com trabalhos do Terminal Studios e de vários artistas de todo o país, é uma organização conjunta da Direcção Regional do Algarve do IPJ, Edições Drmakete e Terminal Studios.
A exposição fica patente até dia 29 de Abril e pode ser visitada todos os dias úteis das 9h00 às 20h00.
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*Contactos:*
IPJ -Direcção Regional do Algarve do IPJ | T. 289 891 820 | * ipj.faro@ipj.pt
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Ediçoes Drmakete | www.drmakete.com <http://www.drmakete.com/> |
drmakete@gmail.com
sábado, 18 de abril de 2009
3º Concurso de Banda Desenhada de Viseu
Estão disponíveis no site do CNBDI algumas informações sobre o 3º Concurso de Banda Desenhada de Viseu, organizado pelo GICAV, é subordinado ao tema “Histórias Hilariantes”, já que o tema central do XV Salão Internacional de BD de Viseu é “Humor na BD”.
Os participantes têm de respeitar algumas regras, como é habitual neste género de concursos: criar uma história numa prancha A4 ou A3, ou numa tira, a cores ou a preto e branco.
Os trabalhos deverão ser enviados por correio ao GICAV ou entregues em mão na sede da associação, até ao dia 15 de Maio.
Os concorrentes devem assinar os seus trabalhos com pseudónimo. A identidade do concorrente deverá ser colocada no interior do envelope fechado, com o registo do pseudónimo no exterior.A organização do Salão Internacional de BD de Viseu garante a divulgação dos trabalhos no decorrer desta iniciativa, a realizar no final de Setembro/início de Outubro.
Escalões:
1º escalão - dos 6 aos 12 anos
2º escalão - dos 13 aos 18 anos
3º escalão - dos 19 aos 30 anosPrémios (os prémios são iguais para todos os escalões):
1º - 2 álbuns de BD + publicação da história + diploma
2º - 1 álbum de BD + publicação da história + diplomaPara envio dos trabalhos e mais informações:
GICAV
Rua João Mendes - vulgo Rua das Bocas
nº 51 3º andar
3500-142 Viseu
Telefone - 968844772
quarta-feira, 25 de março de 2009
O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, evento consolidado e reconhecido no País e na Europa, muda de data em 2009, começa a 30 de Maio para se prolongar até 14 de Junho. Depois do sucesso da exposição do inglês Dave Macken, em 2008, este ano o festival aposta não num, mas sim em quatro nomes internacionais: no italiano Lorenzo Matotti, no belga Denis Deprez, no americano Graig Thompson, e no brasileiro Fernando Gonsales.
sexta-feira, 20 de março de 2009
the spirit
Frank Miller, o visionário criador de Sin City e 300, transporta o filme, inspirado no livro de banda desenhada, para novos e deslumbrantes horizontes na sua estreia a solo como realizador em The Spirit. NOS CINEMAS A 19 MARÇO |
terça-feira, 17 de março de 2009
Valter Egos, de 4 de Março a 1 de Abril
“Tenho pena daqueles que nunca se aperceberam da semelhança que existe entre o telefone e um senhor intratável que cruza os braços, que nunca viram o retrato de uma velha senhora no punho de uma bengala, que nunca sonharam perante as minúsculas bailarinas cinzentas da chuva, perante a careta do gnomo feita por uma combinação de mulher atirada para uma cadeira. Perderam um aspecto importante da vida; que a imagética antropomórfica do mundo responde a uma necessidade de partilhar a experiência humana com tudo o que nos rodeia.”
Frédéric Abel, citado por Jean-Bruno Renard em “A Banda-Desenhada”.Editorial Presença, 1981. .
quinta-feira, 12 de março de 2009
Super Leilão
Pedro Cleto
Um exemplar da revista "Action Comics" #1, na qual se estreou Superman, o primeiro super-herói da banda desenhada, criado por Jerry Siegel e Joe Schuster, está em leilão no site especializado Comics Connect (www.comicconnect.com) no qual é possível seguir em directo a evolução das ofertas.
No momento de escrita destas linhas, após 44 lances, a revista já valia 277 300 dólares (cerca de 220 mil euros), mas alguns especialistas estimam que possa chegar aos 400 mil dólares até à próxima sexta-feira, dia 13, data em que o leilão encerra. E refira-se que se trata de um exemplar classificado apenas como 6.0 pelo Certified Guaranty Company (CGC), uma tabela que varia de 0 a 10 segundo a raridade e o estado de conservação da peça, utilizado também para moedas e notas. Em 2003, um empresário norte-americano ofereceu um milhão de dólares por um exemplar classificado como 9.4.
A revista "Action Comics #1", com 64 páginas a cores e um preço de capa de 10 cêntimos, data de Junho de 1938, estando referenciados actualmente menos de 100 exemplares.
Copyright: © 2009 Jornal de Notícias; Pedro Cleto